segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

CHARLIE HEBDO E PRECONCEITO

Mais de 50% dos franceses são ateus, não seguem e não acreditam em credo algum. Duvida, então faça uma pesquisa pelo Google e você encontrará vários artigos e pesquisas sobre o tema. Então é fácil entender como um país aceita, sem grandes transtornos, piadas e desenhos satirizando Deus, Jesus, Maomé ou Alah, como faziam e fazem os chargistas do Charlie Hebdo.
Claro que nada justifica uma violência, principalmente assassinato, como ocorreu no atentado a essa revista, na França. Mas gostaria de lembrar uma coisinha interessante, do período pré-segunda guerra mundial, mais especificamente o período nazista. Durante os anos de 1930 a 1940, era comum na Alemanha nazista a manifestação artística, jornalística, entre outras formas de comunicação de massas, panfletarem assuntos com mentiras sobre os Judeus, basta ver algumas imagens que postei aqui. Até mesmo apostilas escolares divulgavam desenhos mostrando judeus como ratos, inimigos da democracia, criadores da desordem e perigosos. Isso influenciava todos os cidadãos alemães, inclusive, suas crianças em idades escolares. Isso está documentado e é fácil de provar, basta você ler algum livro de um historiador sério e verá lá, descrições disso que cito aqui. Então, na minha singela opinião, usar jornais para manifestar ódio, xenofobia, etnocentrismo e afins, são uma espécie de violência sim, é devem ser combatidas legalmente, com sanções sérias para esses editais e seus responsáveis. O quê não acontecia com a revista Charlie Hebdo, claro!
Mas isso não justifica o ato terrorista, obvio, mas também não justifica associar os atentados com os povos islâmicos, principalmente agora, nesse momento de emoções acaloradas. Como sou professor de História, já vi isso ocorrer em outro momento histórico, onde um povo era a princípio ironizado, depois caluniado, perseguido e eliminado: O JUDEU!
Essa tentativa de associar o islamismo com o terrorismo internacional está a cada dia mais claro, e para piorar, leio e vejo acadêmicos xenofóbicos concordando com essas arbitrariedades judiciais, em prol de ideologias etnocêntricas.

Só posso dizer uma coisa, cuidado com suas palavras...Não podemos permitir que preconceito seja considerado liberdade de expressão.



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