quarta-feira, 22 de outubro de 2014

MÉDICO OU "O MÉDICO"?

Eu imagino que todas profissões têm seus bons e maus profissionais, aqueles que fazem com amor e dedicação e aqueles que fazem por obrigação. Entendo, mas não concordo!
Nem todos nós conseguimos realizar nossos sonhos profissionais, como diria Paulo Coelho, Maktub, ou talvez, "Não" estava escrito. Mas como professor com "vinte anos" de profissão, inclusive formando alunos do 3º Ano do ensino médio, percebo que muitos bons alunos não conseguiram passar nas faculdades de seus sonhos, pior, nem mesmo conseguiram entrar na área de seus sonhos, e no caso deste texto: MEDICINA.
Conheci garotos(as) que sonhavam em ser médicos, que eram competentes e dedicados em sala de aula, estudiosos em casa, bons companheiros para seus colegas, e principalmente, tinham vocações em suas ações sociais, eram dedicados as "dores" de seus amigos. Alguns, fizeram dois, três anos de cursinhos, mas sempre falhavam na hora "H", pressionados por vários problemas, inclusive financeiros, pois seus pais estavam gastando mais do que podiam com seus sonhos. No final, frustrados, desistiam de seus" curso do sonhos!"
E estive pensado se esses garotos(as) não teriam sido grandes médicos como sonhavam, daqueles que realmente cuidam e tratam de seus pacientes, que trabalham com amor e dedicação, que fazem ações quase humanitárias de suas profissões? E nós, sem exceções, a sociedade como um todo, não teríamos nos beneficiados também?
Mas isso infelizmente não acontece, porque o sistema de educação no Brasil, ao meu ver, beneficia conceitos equivocados de meritocracia, pior, beneficia a desmeritocracia(não sei se essa palavra existe, mas você entendeu). Um bom médico não é necessariamente o melhor aluno do "colegial", mas aquele que melhor se identifica com as características da profissão, aquele que em sua vida acadêmica compreende que um grande profissional se doa para as outras pessoas, como um herói, que precisa salvar vidas. Lembrei-me do filme "Patch Adams, o amor é contagiosos", com o falecido Robin Williams, que interpretou um médico, digamos, mais "humano", um homem que entendeu que a cura está também no cuidado psicológico, quase espiritual.
Mas aqui no Brasil onde vivemos, será esse o tipo de médico que estamos formando, o médico que cura o corpo e a "alma"? Tenho minhas dúvidas. Conheço bons médicos sim, mas infelizmente, conheço profissionais dessa área que prefiro não chamar de médico.
Precisamos mudar urgentemente a formação acadêmica no ensino do Brasil, reavaliar conceitos petrificados pelos "achismos" históricos dos vestibulares, diminuir as corrupções e as falsas ideias de quê tudo vale a pena: Não entrou na medicina porquê não se dedicou!...Será mesmo? Tenho certeza que você que tem filhos prestando os vestibulares esse ano, já notaram as dificuldades sociais, econômicas, psicológicas que passam todos da família, e pior, quando seus filhos não conseguem os resultados esperados, somente você que acompanhou essa "via-sacra" sabe a dor no rosto de seu filho. A frustração de sentir-se um "perdedor", quando de fato não o é! É o sistema que é injusto, falso, elitista e principalmente, sem objetividade no curso dos vestibulares. O que se tenta provar num vestibular? Que o melhor resultado em notas será o melhor médico no hospital? Ah, fala sério, para você que é ou foi professor sabe muito bem que isso é uma verdadeira falácia, uma mentira!
Mas até quando aceitaremos a entrada de um curso superior através da "grande" nota dos vestibulares e afins?

Claro que há bons médicos formados nesse sistema arcaico, mas tenho uma opinião que talvez tivéssemos o dobro, talvez o triplo de médicos se os vestibulares fossem mais humanos e menos analíticos. Acredito inclusive que a própria ideia de vestibulares está errada, deveríamos ser aceitos por uma somatória de características, como participação, interesse, relacionamento, conhecimentos gerais, enfim,  que deveriam ser analisadas durante toda nossas vidas acadêmicas, do ensino fundamental I até o ensino médio. Aí sim, poderíamos ter certeza de estar dando oportunidade social e educacional de maneira igualitária, e não apenas elitista.  Mas o quê fazer com a seguinte situação do Brasil: Estamos na 35º colocação no ranking de educação mundial, inclusive atrás da Turquia(34º), Chile(33º), Eslovênia(9º) ou Estônia(8º), segundo a OCDE(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). É, ou estou errado, ou a nossa formação educacional está...Mas isso eu deixo para você pensar!

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